small_2015-05-27-0001-01A Caterpillar programou, para julho, férias coletivas em sua fábrica de Piracicaba.

Antes, no entanto, alguns setores produtivos terão férias seletivas, o que deve ocorrer ao longo do mês de junho.

As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, que calcula que 800 dos atuais 4.000 funcionários da empresa estejam englobados nesta medida inicial.

Ao Jornal de Piracicaba, a CAT confirmou as férias seletivas e coletivas, mas não informou quais setores ou quantos colaboradores serão impactados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Florêncio da Silva, o Bahia, as férias seletivas terão duração de 30 dias, assim como as férias coletivas, que virão na sequência.

Com a adoção das medidas, alguns setores, incluindo uma linha inteira de produção, seriam paralisados por dois meses consecutivos.

Ainda conforme o presidente, desde a crise de 2008, a Caterpillar não adotava medidas como estas.

“A Caterpillar tem acordo com o sindicato e não pode efetuar dispensas até o final de julho. Isso foi definido no início do ano, quando a empresa efetuou uma série de demissões. Com as férias coletivas, o objetivo é adequar produção e, assim, evitar mais dispensas”, afirmou.

O sindicalista citou ainda que nesta quarta, às 16h30, uma assembleia será realizada na porta da fábrica para informar os funcionários sobre as medidas e tirar quaisquer dúvidas que eles possam ter.

Ele reiterou que os colaboradores que sairão em férias terão direito ao pagamento normal previsto neste procedimento, o que inclui o recebimento de um terço de férias.

“Além disso, na volta, eles têm direito a 30 dias de estabilidade, o que não quer dizer que eles não possam ser dispensados, mas que a empresa terá de pagar uma indenização referente a este período se demiti-los”, relatou.

A Caterpillar informou que as medidas visam adequar a produção ao mercado e que as férias seletivas já estavam previstas.

Em nota encaminhada ao JP, a empresa citou que continua com seu volume de produção afetado pela fraca demanda, que persiste desde 2014, ocasionada pelo atual ciclo de baixa da economia brasileira, bem como de seus mercados de exportação.

Disse ainda que todas as alternativas estão sendo estudadas para superar o momento.

“Várias ações já estão definidas e serão implementadas ao longo dos próximos meses, como a internalização de algumas atividades realizadas por terceiros, férias seletivas e banco de horas. Outras ações continuam em estudo, como a consolidação das operações em somente um turno. É importante ressaltar que a Caterpillar e o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba têm acordo de não realizar desligamentos por motivo de ajuste de mão de obra até o final de julho”, informou.

METALÚRGICOS — O Sindicato dos Metalúrgicos contabilizou em toda a região de Piracicaba, desde janeiro, 2.585 demissões de profissionais.

Em todo o ano passado, foram cerca de 4.000 desligamentos.

Os dados completos serão divulgados na sexta-feira.

Jornal de Piracicaba