Com gritos de incompetência, roubo, má administração, queremos o nosso dinheiro, com faixas e cartazes, os trabalhadores da Dedini Indústria de Base S/A na manhã do dia 21 de setembro se dirigiram à sala da presidência após a Assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, onde os trabalhadores receberam a proposta do PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) deste ano, que no caso seria um adiantamento R$394,00 a ser pago (21/9) e R$ 394,00 a ser pago (20/03/2016).

Os trabalhadores não concordaram com valor proposto e a greve foi decretada. Durante o dia todo os trabalhadores e a diretoria do Sindicato permaneceram em uma sala dentro da empresa na espera de uma resposta dos representantes.

Nos últimos anos, a Dedini vem enfrentando diversos problemas referentes aos direitos dos trabalhadores, como atraso nos salários, verbas rescisórias, férias, FGTS, vale-compra, dentre tantos outros.

Em agosto de 2015 cerca de 382 trabalhadores foram demitidos e não receberam as verbas rescisórias. Na manhã de hoje (21/9) estes trabalhadores também participaram da Assembleia e receberam a proposta do pagamento da empresa que seria: multa de 40% sobre o FGTS depositado, multa de um salário pelo atraso do pagamento dentro do prazo de 10 dias, um salário adicional em substituição do plano de saúde, ticket de R$235,00, correção do saldo de 1% de juros ao mês, tudo isto deveria ser pago (21/9), mas os representantes decidiram não cumprir, pois alegaram que o processo está para recuperação judicial.

De acordo com João Carlos Ribeiro, Jipe, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, “o processo de recuperação judicial é em torno de dois anos para o pagamento. E os trabalhadores como ficam?”, comentou.

Em reposta após a pressão dos trabalhadores, o presidente da empresa Sergio Leme, disse que a Dedini vai arcar com as despesas, colocando imóveis a venda para reverter o dinheiro para o pagamento dos atrasados, mas os trabalhadores querem garantia.

O funcionário que trabalha na empresa há 13 anos, Alexsandro Souza Mota, disse que não tem mais dinheiro para pagar as contas. “a igreja que eu frequento é que esta me ajudando com o pagamento de água, luz, contribuindo com alimentos. A situação está muito difícil”, disse.

Já Graça Balaban, esposa de um funcionário, está com câncer e não tem dinheiro mais para comprar remédios.

Carlos Rocha, dispensado em agosto deste ano, teve que vender o carro para pagar as dívidas.

A diretoria do Sindicato juntamente com os trabalhadores ficarão nos próximos dias em frente a empresa até a apresentação de uma nova proposta para resolução de todos os problemas.

O Sindicato dos Metalúrgicos está em uma luta diária para que os trabalhadores tenham seus direitos garantidos. Segundo José Florêncio da Silva, Bahia, presidente em exercício da entidade, “ficaremos acampados na empresa, no aguardo de uma nova proposta. É uma vergonha uma empresa com mais de 90 anos de atividade, chegar nesta situação”, destacou.

Assembleia

Uma nova assembleia será realizada dia 24 de setembro (quinta-feira),às 7 horas, com os trabalhadores na Dedini, para definir o andamento da paralisação.

MANTENHA-SE INFORMADO Acompanhe todas as ações da Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba pelo site: www.metalurgicospiracicaba.com.br