A vazão do manancial subiu e fez com que a Defesa Civil agisse rápido; algumas famílias alegavam não ter onde levar suas coisas

Apesar do perigo, por conta da invasão das águas, as pessoas queriam estar perto do rio, vê-lo imponente

A vazão do rio Piracicaba passou de 186,4 metros cúbicos por segundo, da última segunda-feira (11), para mais de 600 metros cúbicos por segundo, na noite de terça-feira (12), ou seja, de 2,57 metros de profundidade para 4,9 metros, e as águas transbordaram por volta das 19h30. Os primeiros pontos invadidos foram a Estrada do Bongue e o Largo dos Pescadores.
Os pontos de cheia eram a Vila Rios, no rio Corumbataí, na Rua do Porto e Estrada do Bongue. Por volta das 21 horas, 12 homens da Defesa Civil, mais dois em uma viatura, estavam com dois caminhões na rua retirando móveis de famílias afetadas pela cheia. O impasse era que algumas famílias alegavam não ter para onde levar seus pertences e a Prefeitura não tinha onde colocá-los.
Uma sugestão era levar os móveis para o centro comunitário do bairro, mas não havia uma pessoa que pudesse ficar tomando conta. Na central de telefone 199, guardas civis já estavam avisados sobre as formas de orientar famílias atingidas pela enchente.
No início da noite, muitos foram os telefonemas de pessoas que moram no Parque Jupiá, e utilizam o acesso pela rua dos Dourados, que se diziam preocupadas caso o rio transbordasse naquele trecho. Elas eram orientadas que, caso ocorresse inundação ali, deveriam utilizar outros meios mais seguros de chegar ao bairro.
O coordenador da Defesa Civil, Carlos Alberto Razzano, que às 22 horas acompanhava de perto a situação, falou que o terceiro bolsão, perto do restaurante Arapuca, estava interditado e algumas famílias eram retiradas de uma rua das proximidades.
Ele disse ainda que não era para o rio Piracicaba ter transbordado, não fosse a cheia do Corumbataí. “Vamos permanecer em alerta 24 horas. A qualquer problema, basta as pessoas telefonarem no 199 que iremos resolver caso o problema seja ter que sair da moradia”. As famílias atingidas, segundo Razzano, foram levadas para casas de parentes ou amigos. O mesmo será feito nesta quarta-feira.
Curiosidade
Havia outra preocupação por parte da Defesa Civil, na noite desta terça-feira: conscientizar famílias inteiras que se arriscavam ao se aproximarem das áreas invadidas pelas águas. Muitos curiosos deixaram suas casas rumo à Rua do Porto para poder ver de perto, e registrar, o que alguns chamam de espetáculo da natureza e outros veem como um grande risco, pois a correnteza pode arrastar as pessoas para dentro do rio.
Os bombeiros, que também estão preparados para intervir, em caso de extrema emergência, alertam para que as pessoas não se aventurem como fazem no período de calor, saltando das pontes ou descendo de boias. Em caso de emergência, ou de afogamentos, a população deve telefonar para o 193, que também funciona 24 horas, diariamente.
FONTE: Gazeta de Piracicaba