Dizer para você, trabalhador, o quanto 2016 foi difícil, é chover no molhado. Quem conseguiu a duras penas manter o próprio emprego, às vezes abrindo mão de algum benefício, ou viu colegas sendo dispensados, sabe melhor do que ninguém o sufoco que foi.

Ainda não temos o que comemorar, apesar de já começarmos a perceber alguns tímidos avanços, que podem culminar com uma melhora efetiva no segundo semestre incluindo a região de Piracicaba, tanto relacionada ao setor sucroalcooleiro e de máquinas e equipamentos, quanto ao automobilístico, em que as empresas estão determinadas a investir. Se a economia voltar a crescer, os empregos voltam. Elas estão apostando nisso e nós também.

Na SERT, trabalhamos firmemente para tentar diminuir os efeitos da crise. E em 2017 não vai ser diferente. Nosso principal trunfo está no bom trânsito com empresas, entidades e órgãos públicos. Foi uma sucessão de diálogos buscando amenizar as dificuldades. Claro que não pudemos fazer tudo o que queríamos, mas conquistamos muita coisa e algumas eu vou destacar para vocês.

Este ano conseguimos retomar as Frentes de Trabalho. Quase 1,3 mil bolsistas de 50 municípios foram beneficiados, incluindo pessoas atendidas pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) e reeducandos do sistema semiaberto. O Programa Estadual de Qualificação (PEQ) também recebeu aportes.

A Comissão Estadual de Trabalho Decente apresentou os resultados esperados até 2030, conforme o planejamento proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU). Na mesma linha, o ano vai fechar com oito novas empresas certificadas com o Selo Paulista da Diversidade por suas boas práticas empresariais. Essas ações são essenciais, porque o mundo do trabalho passa por transformações constantes e quem está “embaixo” acaba sempre penalizado.

Uma comitiva formada por técnicos e dirigentes do Ministério do Trabalho, em visita à Pasta, tratou da retomada de um convênio baseado na intermediação de mão de obra, que prevê o repasse de recursos para a manutenção dos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs).

Em outra frente, numa reunião com membros da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram propostas parcerias e convênios para estudos voltados à qualificação de agricultores, familiares e assentados.

O Banco do Povo Paulista efetuou quase 25 mil operações, o que significa R$ 153 milhões nas mãos de micros e pequenos empreendedores, muitos, vítimas do desemprego que hoje já podem gerar ocupações para outros. O Time do Emprego capacitou mais de 9,7 mil pessoas a enfrentarem o mercado.

O Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (Padef) conseguiu colocação para quase mil pessoas, pouco menos da metade dos inscritos. Nos PATs, 193,1 mil vagas foram oferecidas e os números só não foram melhores porque dependemos que as empresas disponibilizem oportunidades.

Então é isto, gente. Nós não descansamos nunca. E, se Deus quiser, para 2017 teremos novidades para nossa região. Aguardem.

 

José Luiz Ribeiro, o Zé Luiz, é secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho; vereador licenciado da Câmara de Piracicaba; presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade; diretor licenciado da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, da Força Sindical e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.