small_2014-10-13-0001-01A paisagem do rio Piracicaba mudou drasticamente desde o fim do ano passado, quando as chuvas previstas pararam de cair e a seca fez as pedras tomarem o lugar da água.

Sexta-feira (10/10), a situação voltou a ficar crítica.

De acordo com a Sala de Situação PCJ, o nível do rio atingiu 75 centímetros.

No mesmo dia do ano passado, o nível estava em 1,40 metro.

A vazão chegou a 9,45 mil litros de água por segundo, 87% abaixo da média esperada para o mês, de 75,20 mil litros de água por segundo.

Não há previsão de chuva para os próximos dias.

JP foi até o Parque do Mirante e à Rua do Porto para saber qual o sentimento da população ao se deparar com o rio na atual situação.

O agrônomo Luiz Egídio Constantino, 62, é de Presidente Prudente, mas estudou na Esalq entre 1969 e 1974.

Ele não visitava Piracicaba há dez anos e ficou assustado.

“Tenho lembranças muito boas do rio. Já fiz churrascos à beira dele, e o pôr do sol era incrível, maravilhoso. Esse rio fez parte de uma fase inesquecível da minha vida e fiquei assustado ao vê-lo nesta situação. É um cenário bem diferente do ideal e do que eu gostaria de encontrar”, disse.

O aposentado Armando Previtali Filho, 68, é piracicabano e descreveu a situação do rio como de abandono.

“As pessoas deveriam se unir e cobrar um posicionamento do poder público. Porque deixaram chegar a este ponto? Além disso, com a baixa vazão, é possível ver a sujeira que as pessoas jogam diariamente. O problema não é apenas ambiental, é uma questão de educação também”, afirmou.

A falta de chuvas e de organização por parte dos governantes foram citadas pela dona de casa Elizângela da Silva Sangiorato, 33.

Ela mora em Salto de Pirapora, mas sempre vem à cidade para visitar os tios, e dessa vez ficou espantada.

“Hoje é possível atravessar o rio pelas pedras. É uma coisa que eu jamais imaginei que pudesse acontecer um dia.”

Alunos da Escola Estadual Leovegildo Chagas Santos, de Limeira, vieram até a cidade sexta-feira (10/10) para visitar o Salão de Humor e a professora Lúcia Helena Rodrigues Luders, 48, aproveitou a oportunidade para mostrar a situação do rio aos estudantes.

“Eles só acompanham as notícias sobre a seca através da TV e acho importante que eles vejam de perto o que está acontecendo para se tornarem cidadãos mais conscientes e preocupados com a questão ambiental.”