small_2015-04-23-0001-01A Central de Tratamento de Resíduos Sólidos, construída por meio da PPP (Parceria Público Privada) com a Ambiental Piracicaba para operar o lixo produzido no município, terá capacidade de atender 30 cidades.

O Ecoparque, complexo localizado na rodovia Deputado Laércio Corte (SP-147) para reaproveitamento de resíduos orgânicos e inorgânicos, poderá operar em parceria com municípios interessados, que pagarão pelo serviço.

A Usina de Resíduos, ainda em fase de teste, recebeu investimento de R$ 250 milhões e começará a funcionar no próximo mês, segundo o presidente da Ambiental, Gerson de Grutolla.

O valor do contrato da PPP, iniciada em 2012, é de R$ 1,8 bilhão por 20 anos.

Uma visita foi realizada nesta quarta-feira (22/04) para apresentação das instalações aos vereadores, já que tramita na Câmara projeto de lei — aprovado em primeira discussão — que prevê alteração na Lei Orgânica para que o lixo de outros municípios possa ser tratado aqui.

Com o funcionamento da usina, a Ambiental deixará de pagar próximo de R$ 1,2 milhão para Paulínia mensalmente para enviar o lixo de Piracicaba.

Os valores que poderão ser pagos pelos municípios serão abatidos no montante de R$ 4,7 milhões pagos mensalmente pela prefeitura na PPP.

Além das 400 toneladas geradas por dia em Piracicaba, poderão ser tratadas também, e transformadas em biogás e CDR (Combustível Derivado de Resíduo), até 2.000 toneladas de lixo/dia.

Conforme Grutolla, até outubro, este número atingirá 400 toneladas/dia.

O complexo todo, com aterro, deve operar até meados de 2016.

A PPP prevê coleta e destinação do lixo doméstico, varrição, encerramento do aterro do Pau Queimado e a instalação da usina.

Poderão utilizar-se da central os 22 municípios do Aglomerado Urbano e mais oito do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos), que inclui Sumaré, Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste, Capivari e Elias Fausto.

“Não acredito que todas as cidades irão trazer (o lixo). Talvez vai resolver o problema das mais próximas, que podem ser cobradas pelo Ministério Público e será algo a médio prazo”, disse o secretário de Defesa do Meio Ambiente, Rogério Vidal.

A central, com 550 mil metros quadrados, atende o que preconiza o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), conforme o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB).

“O plano estimula a parceria entre os municípios pois não há como ter um investimento desta natureza”, disse.

De acordo com Gruttola, futuramente serão trabalhados o CDR 1, fruto de material inorgânico recolhido, separado e prensado, e CDR 2, proveniente de material orgânico e vendido como adubo.

“Assim que começarmos só faltará o gerador que capta vapor e gera energia, que vai ficar para 2016. Temos cinco dessas usinas, mas com essa aplicabilidade é a primeira no país”, afirmou.

Vidal ressaltou que a central é pioneira no país e que sobrará menos de 20% de rejeito, o que não é mais possível de ser reaproveitado.

“É uma tecnologia de primeiro mundo. O chorume (líquido que sai do lixo) irá para uma estação de tratamento de esgoto e os gases não serão jogados na atmosfera”, disse.

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) emitiu licença parcial para a liberação do funcionamento da parte inorgânica da central.

Para o aterro, conforme a gerente da agência local do órgão, Ednéa Parada, será necessária outra licença, emitida somente após a discussão sobre o Eia Rima (Estudo e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), o que acontecerá em audiência pública no dia 28, às 17h, no auditório da prefeitura.

Jornal de Piracicaba