Desde o dia 30 de abril, 2,34 milhões de mosquitos Aedes aegypti transgênicos foram liberados no bairro Cecap.
Este é o balanço após três semanas do início do projeto Aedes aegypti do Bem, que tem o objetivo de diminuir a população do inseto transmissor da dengue e da chikungunya e, consequentemente, diminuir a quantidade de casos das doenças.
Segundo o supervisor da Oxitec Guilherme Trivelatto, responsável pelo projeto em Piracicaba, são realizadas três liberações na semana.
Em cada uma delas, são liberados cerca de 260 mil mosquitos transgênicos.
“Já fizemos nove liberações. Apesar de o monitoramento não parar nenhum instante, os dados ainda são muito preliminares para poder refletir uma redução da espécie. Mas já é possível afirmar que os mosquitos transgênicos estão, sim, copulando em campo. Já existem larvas fluorescentes.”
Segundo o projeto, mosquitos machos geneticamente modificados, identificados por um gene fluorescente, são liberados no meio ambiente para copular com fêmeas selvagens.
A ideia é que o inseto gerado morra ainda em fase larvária, ou seja, não atinja a fase adulta.
“O trabalho está sendo realizado dentro do esperado, com as liberações, monitoramento de armadilhas assim como a orientação feita para a população do bairro”, informou Trivelatto.
Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Piracicaba contratou, por R$ 150 mil, o projeto desenvolvido pelo laboratório Oxitec — o contrato tem validade por um ano.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, caso os resultados coletados sejam positivos, a tecnologia poderá ser aplicada nos demais bairros da cidade.
Antes do início da liberação dos mosquitos transgênicos, um inquérito civil sobre o assunto teve andamento no Ministério Público de Piracicaba e foi encerrado com a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre prefeitura e laboratório, que prevê, entre diversas cláusulas, que o município monitore a área tratada — o bairro Cecap — por dois anos; proíbe que a Oxitec ou o município imponham restrições ao uso de inseticidas no ambiente doméstico; e obriga o município a realizar vistoria efetiva em imóveis fechados na busca por possíveis criadouros do mosquito.
Secretário municipal de Saúde, Pedro Mello já informou ao Jornal de Piracicaba que confia que o projeto trará resultados significativos em relação à redução da espécie de Aedes aegypti e também ponderou que esta não é a solução para eliminar a dengue, mas sim, mais uma alternativa no combate à doença.