small_20150525-03-01Piracicaba perdeu 234 postos de trabalho com carteira assinada durante o mês de abril, mostrou balanço divulgado na última sexta (22/05) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho.

A indústria e o comércio foram os segmentos que mais cortaram vagas no período e, embora o setor de serviços tenha admitido mais, esse movimento não foi suficiente para recuperar o saldo, que ficou negativo.

Ao todo, foram 4.905 contratações e 5.139 dispensas registradas na cidade.

“A indústria tem sofrido com o desaquecimento do mercado e o comércio também tem sentido esse impacto, porque como a economia não tem apresentado segurança, o consumo cai e aumentam as dispensas”, disse Francisco Crocomo (foto), coordenador do banco de dados socioeconômicos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).

Segundo dados do Caged, a indústria de transformação cortou 440 vagas na cidade ao longo do mês passado, enquanto o comércio perdeu 246 vagas no mesmo intervalo.

A situação foi amenizada pelo setor de serviços, que gerou 189 postos de trabalho, e pela agricultura, que devido à safra da cana-de-açúcar abriu 160 oportunidades no mês.

A construção civil também foi melhor, com saldo de 76 vagas, e a administração pública encerrou o período com geração de 15 vagas.

Para Crocomo, a dinâmica da economia piracicabana faz com que o trabalhador saído da indústria e do comércio tenha oportunidade em outros setores como o de serviços, que praticamente tem absorvido toda a massa vinda da indústria e do comércio ao longo dos últimos meses.

Por outro lado, no entanto, muitas vezes o profissional acaba sendo recontratado com salário inferior ao que ele recebia anteriormente.

“Os serviços têm compensado as perdas na indústria e no comércio ao longo dos últimos meses, é quase uma troca de vagas. Também tivemos melhor desempenho da construção civil, que foi bem, mas não sabemos como o setor ficará daqui para frente, pois houve mudanças nos financiamentos imobiliários.”

Abril foi o primeiro mês do ano em que houve mais demissões que admissões. Janeiro e fevereiro tiveram desempenho fraco, mas ainda assim, positivo. Já março havia registrado abertura de mais de 300 postos de trabalho formal.

No acumulado do ano, Piracicaba está positiva (598 vagas geradas). Já no somatório dos últimos 12 meses, o desempenho é negativo em 2.336 postos.

Jornal de Piracicaba