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Após duas semanas em greve, funcionários dos Correios voltaram, nesta terça-feira (29/09), às atividades normais.

Os trabalhadores aceitaram o acordo coletivo proposto em audiência conciliatória no TST (Tribunal Superior do Trabalho) na última segundafeira, encerrando a paralisação.

O acordo prevê a manutenção do plano de saúde atual da categoria, além de aumentos salariais gradativos.

Na região, segundo o SintectCas (Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região), entre 60% e 70% dos profissionais do setor operacional dos Correios estavam em greve.

O diretor do sindicato, Marcel Luís de Oliveira, apontou que, embora o acordo não contemple todos os anseios da categoria, ele traz ganhos importantes aos profissionais, como a garantia de que não haverá mudanças no plano de saúde dos trabalhadores.

“A questão econômica não mudou muito, mas o que motivou a categoria a encerrar a greve foi justamente o plano de saúde. Ele hoje não é ideal e os Correios queriam fazer um outro plano, o que o trabalhador era contrário. Agora permanecerá o atual e serão criadas mesas de discussões para melhorias”, disse.

Os trabalhadores receberão aumento de R$ 150 nos salários a partir de agosto e R$ 50 a partir de janeiro do ano que vem, a título de gratificação, incorporável aos salários de forma gradativa (de janeiro de 2016 a janeiro de 2017).

Os trabalhadores deverão ter ainda reajustes de 9,56% nos benefícios como vale alimentação/refeição, vale-cesta, auxílio para filhos com deficiência e reembolso creche ou babá, além da redução do compartilhamento do vale-alimentação.

Os dias parados não serão descontados.

A questão do emprego, tão cobrada pelos sindicatos dos trabalhadores, não foi contemplada no acordo.

As entidades apontam déficit no quadro de profissionais estatutários dos Correios e pedem que seja feito um plano de contratações pela empresa.

“Como o acordo foi proposto no Tribunal, ele não discutiu o emprego. Isso não quer dizer que não continuaremos cobrando, é uma questão que continuará na nossa pauta de reivindicações”, informou o dirigente sindical.

Ele apontou que a região de Campinas, que abrange Piracicaba, é a que tem o maior déficit de trabalhadores dentro de todas as regionais dos Correios.

Segundo a entidade, há falta de 1.200 profissionais na base.

“Queremos destacar que a greve terminou, porém, o problema que envolve os Correios é muito mais amplo e grande parte pode ser resolvida com mais contratações”, relatou.

Em nota, os Correios informaram que, “para minimizar os impactos gerados pela paralisação parcial, onde há necessidade, os Correios já estão adotando medidas como a redistribuição da carga, mutirões e a realocação de empregados de outras cidades”, informou.

O volume ou percentual de encomendas com quaisquer atrasos não foi divulgado.

 

FONTE: Jornal de Piracicaba