Piracicabanos procuram clínicas particulares para se imunizar
O casal de fisioterapeutas, Daniela Lyrio Gonçalves, de 34 anos de idade, e Antonio Marcos Bonato, de 45 anos de idade, não perdeu tempo e já se imunizou contra a gripe e, consequentemente contra a H1N1. Preocupados com o surto da doença registrado no Estado de São Paulo, eles optaram por também vacinar o filho Vinícius Gonçalves Bonato, de sete anos de idade.
“Como atuamos na área da saúde, temos contato com muitas pessoas ao longo do dia. Por isto, a imunização é importante. Há quatro anos tomo a vacina”, revela Daniela. “Já a opção por vacinar o Vinícius foi por prevenção diante ao surto que temos acompanhado em diferentes cidades de São Paulo”, acrescenta.
Apesar de Piracicaba não ter registrado nenhum caso da doença em 2016 – a última confirmação da H1N1, no município, foi em 2014 – o medo tem causado uma corrida às clínicas particulares em busca das doses que custam R$ 90,00. Situação que já tem gerado indisponibilidade da vacina.
A representante Larissa Diniz de Oliveira, de 24 anos de idade, se imunizou na última semana. “Como trabalho nas clínicas médicas da cidade passei a acompanhar quando as doses chegavam. Tomei a vacina em um dia, às 16 horas, e quando minha irmã foi ao mesmo lugar, duas horas depois, não tinha mais doses disponíveis”, conta ela.
“Trabalho em meio a várias pessoas com diversos vírus e a vacina faz efeito duas ou três semanas depois. Então, achei mais prudente prevenir”, acrescenta.
No Pronto Atendimento Infantil Piracicaba (PAI), as doses estão em falta. Segundo a atendente que não quis se identificar, pois não tem autorização para dar entrevistas, a vacina deve chegar apenas amanhã ou na quinta-feira (7). “O telefone está um inferno e a procura pela vacina também. Chegam 200 doses por dia e elas terminam horas depois. Abrimos às 7 horas e desde os primeiros minutos, o movimento grande”, conta.
Já no Laboratório Previlab, as doses começam a ser aplicadas nesta terça-feira (5). O valor não foi divulgado. “Mas a vacina deve ser agendada previamente pela nossa central de atendimento. A procura tem sido grande. Apesar disto, entendemos que a região não sofre com a falta do medicamento pelo particular”, conta a responsável pelo marketing do local, Regiane Del Comuni.
Rede pública
A rede pública de saúde ainda não tem detalhes sobre a campanha de vacinação contra a gripe deste ano. No Brasil, ela tem início no próximo dia 30. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade tenta antecipar a campanha.
“Mas o Ministério da Saúde e o Estado estão priorizando a grande São Paulo e regiões com surto da doença, como é o caso de São José do Rio Preto. Por enquanto, seguimos o calendário nacional”, informou a pasta por meio de nota.
O público-alvo da campanha inclui idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, crianças entre seis meses e cinco anos e pessoas com doenças crônicas. A meta é atingir 80% deste público – mas ainda não há quantidades definidas.
As vacinas da rede pública são trivalentes e protegem contra os vírus H1N1, H3N2 e o tipo B. Na rede privada, estão disponíveis também as vacinas quadrivalentes, com cepas para um outro tipo de gripe B, que circula nos Estados Unidos.