O rio Piracicaba voltou a ser coberto por uma grossa camada de espuma.Apresença dos poluentes começou a ser percebida pelos moradores no fim de semana. O fenômeno foi registrado também em novembro de 2014. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) atribui a ocorrência à presença de substâncias surfactantes (detergentes) e diz não terregistrado ocorrência de lançamento irregular de efluentes no rio.

O tradutor juramentado Waldemar Peres Júnior passeia todas as manhãs com seu cachorro às margens do Piracicaba e percebeu a concentração de espuma no rio. “Está muito claro que tem muita poluição sendo lançada no rio”, opinou. A região não registra chuvas agrícolas (acima de 10 mm) há 105 dias.  O rio Piracicaba está com baixa vazão e alta concentração de poluentes. O problema pode se agravar, já que não há previsão de chuvas significativas para os próximos dias, segundo especialistas.

A promotora do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) Piracicaba, Alexandra Facciolli Martins, defende a liberação de maior vazão para a região pelo Sistema Cantareira (conjunto de represas nos afuentes do Piracicaba). “Temos reiteradamente cobrado da ANA (Agência Nacional de Águas), do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e dos Comitês das Bacias PCJ que sejam definidas vazões mínimas a serem resguardadas nos corpos d’água, como é o caso do rio Piracicaba, de forma a garantir a manutenção da qualidade da água a ser captada para abastecimento público, bem como condições de preservação dos ecossistemas aquáticos. A baixa vazão dos corpos d’água ocasiona maior concentração de poluentes e fenômenos como a ocorrência de espumas ou mesmo episódios de mortandade de peixes, como aqueles ocorridos na crisehídrica de 2014/2015”, afirmou Alexandra.

“Infelizmente isto [presença de espuma no rio] é comum nesta época do ano devido a falta de chuvas. Essa combinação de baixa vazão do rio e presença de substâncias surfactantes (detergentes) promovem a geração (aeração) desta espuma no rio”, cita aCetesb, em nota.

 

FONTE: Jornal de Piracicaba