Funcionários dos Correios em Piracicaba (SP) aderiram à greve nacional decretada na noite de terça-feira (10). Segundo o Sindicato dos Correios de Campinas e Região, a entrega de cartas e de encomendas está paralisada na região. A categoria deve realizar uma assembleia nesta quarta-feira (11) para definir se a paralisação terá continuidade.
De acordo com Emerson Marcelo Vieira, diretor do sindicato, cerca de 160 servidores do Centro de Distribuição dos Correios de Piracicaba cruzaram os braços, o que representa 90% do total de trabalhadores. A cidade tem também uma agência própria da estatal, enquanto as outras são franquias e não foram atingidas com a greve.
“A entrega de cartas e de encomendas está totalmente parada. Para se ter uma ideia, o movimento é tão grande que caminhões nem chegaram ao centro”, disse Vieira.
O diretor da entidade que representa os trabalhadores da estatal afirma que os serviços em outras cidades da região de Piracicaba também estão afetados. Há paralisações em Limeira também, segunda maior cidade da região, mas ainda não é possível precisar a quantidade de funcionários que aderiram ao movimento no município.
Conforme o sindicato, uma assembleia foi realizada na cidade durante a manhã, e uma nova deve acontecer em Campinas nesta tarde para definir se a paralisação continua.
Até esta publicação, os Correios não havia se posicionado sobre a greve na região.
Greve no país
Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado após assembleias realizadas em diversos pontos do país. A categoria quer impedir a redução dos salários e de benefícios, além de ser contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.
Entre os principais pontos está o reajuste salarial com reposição da inflação do período. Os trabalhadores querem também a reconsideração quanto à retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam ao G1 que a greve é geral, com adesão de todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios ao movimento.
O que diz a estatal
Em nota ao G1, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, “considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”.
A estatal ainda não divulgou balanço sobre os impactos da greve, mas fala em “paralisação parcial”. “O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população”, disse a empresa.
FONTE: G1 Piracicaba