Piracicaba permanecerá com o Comércio fechado, na Fase Vermelha (1) do Plano São Paulo. Continuam funcionando apenas os serviços essenciais e a Prefeitura endureceu as regras para a venda de bebidas alcoólicas, que ficam proibidas a partir das 18 horas em todos os estabelecimentos, essenciais ou não, a partir do dia 15 de julho. O objetivo é ampliar o índice de isolamento social que está em torno de 40% no município e reverter o avanço da Covid-19. Na última sexta-feira (10), foi registrado o maior número de mortes em um único dia, desde o início da pandemia em março. Foram seis óbitos, elevando o número de vítimas do novo Coronavírus para 120. Já são 4.230 contaminados na cidade.
Na sexta-feira, Piracicaba tinha 192 pessoas internadas por causa da Covid-19, com ocupação total de leitos de 68,33%. Estavam ocupadas 77,27% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 62,57% dos leitos de Enfermaria, informou o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. Ele ressaltou que já está programado o aumento da fiscalização, com apoio das Forças de Segurança da Guarda Civil e da Polícia Militar, para que as determinações do decreto municipal sejam cumpridas e as pessoas não circulem sem necessidade.
Pedro Mello salientou, ainda, que essa atuação nos estabelecimentos e nas ruas será imediata e que grande parte da população não tem feito o isolamento social. “A circulação de pessoas aumenta o poder de contaminação do novo Coronavírus”, afirmou.
Laranja x vermelho
A situação geral das 26 cidades da Diretoria Regional de Saúde de Piracicaba (DRS-X) referente aos critérios analisados pelo governo do Estado, como número de leitos, casos e isolamento, levaram região a avançar para a Fase 2 (Laranja) do Plano São Paulo de flexibilização. Cidades como São Pedro (SP) vão seguir essas orientações e reabrir o Comércio por quatro horas diárias a partir desta segunda-feira (12).
No caso de Piracicaba, a manutenção na Fase 1 (Vermelha) do Plano foi definida no final da tarde desta sexta-feira, após reunião do Comitê Covid-19. A decisão foi baseada nos números de casos da doença, que têm aumentado no município. Somente na sexta-feira, foram 171 novos casos registrados.
“Resolvemos permanecer com o Comércio fechado porque o número de casos vem aumentando significativamente e, consequentemente, a ocupação de leitos. Nesse momento, nossa prioridade é salvar vidas”, disse o prefeito Barjas Negri, em nota. O decreto 18.349/2020 que define as novas regras que valem a princípio até o dia 30 de julho será publicado na segunda-feira (13). No dia 17, o avanço da doença deverá ser avaliado novamente pelo Comitê.
No dia 10 de junho, o cenário era bastante diferente, com 23 casos confirmados em 24 horas, nenhum óbito no dia, total de 1.103 casos confirmados e 43 óbitos até aquele momento.
“No dia 1º de julho, tínhamos 2.982 pessoas infectadas; nove dias depois, somamos 4.059 – aumento de 36,1%. O número de internações também aumentou: no mesmo período, passamos de 156 para 188, aumento de 21,3%, considerando leitos de UTI e Enfermaria. Se analisarmos somente os de UTI, o aumento foi de 37,7%, pois a ocupação foi de 61 para 84”, contabilizou Pedro Mello.
O diretor da Vigilância Epidemiológica, Moises Taglietta reitera a posição de Pedro Mello. “Analisando o aumento de casos e a ocupação de leitos, os números mostram que, se não houver diminuição de circulação, o Sistema de Saúde pode entrar em colapso. Essas medidas são para que isso não ocorra”, disse. O Sindicato do Comércio Varejista de Piracicaba (Sincomércio) afirmou que compreende a decisão da Prefeitura, mas ressaltou que o Comércio não é o vilão do aumento do número de casos.
“As lojas estão fechadas há 15 dias e os casos continuam aumentando. Nós entendemos também que é melhor permanecer fechado, agora, reavaliar as estratégias de enfrentamento da doença e reabrir, em uma semana, se for possível, para avançarmos da Fase Laranja para a Amarela, ao invés de retroceder para a vermelha novamente, como já aconteceu”, afirmou Carlos Beltrame, secretário-executivo da entidade.
Bebidas
O decreto municipal 18.349/2020 estabeleceu, ainda, que, a partir de 15 de julho, “fica proibida a venda e distribuição no Varejo, sob qualquer modalidade, de bebidas alcoólicas a partir das 18 horas em todos os estabelecimentos comerciais com atividades essenciais ou não, em especial: supermercados, Mercados, Mercearias, padarias, bares, lanchonetes, Lojas de Conveniência, incluindo todos os Sistemas de Vendas/Compra Direta, Sistemas de entrega ou Delivery”.
Segundo o procurador-geral do município, Milton Sérgio Bissoli, o objetivo nada mais é que evitar aglomeração de pessoas. “As penalidades para quem infringir o decreto estão previstas na Lei Estadual do Código Sanitário”, disse Bissoli.
FONTE: Gazeta de Piracicaba